Casos de síndrome respiratória aguda grave estão aumentando no país
Por Sabrine Teixeira Grunewald – Portal Medscape
9 de maio de 2024
Um boletim divulgado no início de maio deste ano pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) indica um aumento nos casos de síndrome respiratória aguda grave em todo o país. Os dados são oriundos do Sistema de Informação de Vigilância Epidemiológica da Gripe (Sivep-Gripe).
Nas quatro últimas semanas, a prevalência dos casos com resultado positivo para vírus respiratórios foi de 24,3% para influenza A, 0,4% para influenza B, 58,0% para vírus sincicial respiratório e 7,9% para Sars-CoV-2. Em relação aos óbitos, a maioria dos casos com exames virais positivos foi atribuída ao Sars-CoV-2 (46,4%), com o vírus influenza A em segundo lugar (24,3%).
Apesar das diferenças regionais, os pesquisadores da Fiocruz alertam para o aumento dos casos relacionados ao vírus sincicial respiratório. O risco é maior para crianças menores de dois anos e idosos, que podem evoluir com quadros graves, exigindo assistência ventilatória e hospitalização em terapia intensiva.
No caso dos idosos, é possível ainda que o vírus desencadeie outras complicações. Um estudo publicado recentemente no periódico JAMA Internal Medicine mostrou que quase um quarto dos adultos com 50 anos ou mais hospitalizados por quadros respiratórios relacionados ao vírus sincicial apresentaram um evento cardiovascular agudo durante a internação.
A evolução com uma complicação cardiovascular, por sua vez, aumentou as chances de o paciente necessitar de internação em unidade de terapia intensiva e elevou em 77% o risco de óbito.
Em dezembro de 2023, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária aprovou o registro de uma vacina contra o vírus sincicial respiratório para idosos, produzida pela GlaxoSmith Kline. Estudos mostraram que a eficácia vacinal foi de 82,6% para prevenir doença do trato respiratório inferior em idosos e de 94,1% para evitar quadros graves.
Já em abril de 2024, foi aprovado um imunizante contra o vírus direcionado a gestantes. A vacina, produzida pela Pfizer, deve ser aplicada a partir do segundo semestre de gestação, oferecendo proteção aos bebês até os seis meses de vida.
No entanto, nenhuma dessas vacinas está disponível gratuitamente no Sistema Único de Saúde até o momento.
A campanha de vacinação contra a influenza começou em março deste ano no Brasil, visando grupos prioritários, e, até o final do último mês, havia alcançado apenas pouco mais de 40% do público-alvo. Agora, com os estoques parados, muitas cidades estão ampliando a campanha para vacinar toda a população. Quanto à vacina contra a covid-19, estima-se que 80% da população recebeu pelo menos duas doses, 50% recebeu pelo menos três doses e 30% recebeu a partir da quarta dose.
Além de se manterem atualizados em relação aos protocolos de tratamento das síndromes respiratórias agudas graves, é fundamental que os profissionais de saúde orientem seus pacientes quanto à atualização das vacinas disponíveis, bem como sobre os sintomas e a importância de buscar atendimento de urgência quando necessário.