Fim do rol taxativo pode causar ‘expulsão em massa’ dos planos de saúde, diz federação

Fim do rol taxativo pode causar ‘expulsão em massa’ dos planos de saúde, diz federação

FenaSaúde afirma que a lei 14.454/22 pode aumentar preço dos serviços do setor e ‘coloca o Brasil na contramão das melhores práticas mundiais’

O fim do caráter taxativo do rol de procedimentos da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) “coloca o Brasil na contramão das melhores práticas mundiais” e pode ocasionar uma “expulsão em massa” e um aumento no preço dos planos de saúde, afirma a Federação Nacional de Saúde Suplementar (FenaSaúde).

A federação diz que a medida “dificulta a adequada precificação dos planos e compromete a previsibilidade de despesas assistenciais, podendo ocasionar alta nos preços das mensalidades e expulsão em massa dos beneficiários da saúde suplementar” e ameaça recorrer à Justiça (veja mais abaixo).

O posicionamento da entidade (que representa 14 grupos de operadoras de planos e de seguros privados de assistência à saúde e de planos exclusivamente odontológicos) foi divulgado nesta quinta-feira (22), após o presidente Jair Bolsonaro (PL) sancionar a lei 14.454/22, que na prática amplia a cobertura dos planos de saúde em relação a exames, medicamentos, tratamentos e hospitais.

Entre as operadoras que são filiadas à FenaSaúde, há várias empresas com capital aberto na B3, como Bradesco Saúde, do Bradesco (BBDC4); NotreDame Intermédica e Hapvida (HAPV3); Itauseg Saúde, do Itaú Unibanco (ITUB4); OdontoPrev (ODPV3); Porto Seguro Saúde, da Porto (PSSA3); e SulAmérica Saúde e SulAmérica Odonto, da SulAmérica (SULA11).

Outras empresas que não têm capital em bolsa, como a Amil e a Unimed, também fazem parte da federação. Juntas, elas atendem a 75,9 milhões de beneficiários, sendo 48,2 milhões de assistência médica e 27,7 milhões em planos exclusivamente odontológicos.

A FenaSaúde diz na nota que as operadoras privadas de planos e seguros de assistência à saúde estão com um prejuízo operacional de R$ 9,2 bilhões nos últimos cinco trimestres. “A entidade alerta também que tal medida [o fim do rol taxativo] pode impactar ainda mais a situação financeira do setor”.

“Desde abril de 2021, as despesas assistenciais do conjunto das operadoras de planos e seguros de assistência à saúde privadas já superam as receitas obtidas com contraprestações, levando a um prejuízo operacional de R$ 9,2 bilhões, considerando o acumulado dos últimos cinco trimestres”, afirma a entidade. “Por esses fatores, a FenaSaúde avalia recorrer ao Judiciário”.

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Equipe InfoMoney

22 set 2022 17h06

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